quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Proteção do Acidentado

Avaliação e Exame do Estado Geral do acidentado
 
A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência
clínica ou traumática é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros
socorros. Ela deve ser realizada simultaneamente ou imediatamente à
"avaliação do acidente e proteção do acidentado".
O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes
prioridades:
  • ·Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade, etc).
  • ·Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saídade ar normalmente pelas narinas ou boca.
  • ·Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangueque se perde. Se é arterial ou venoso.
  • ·Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as pupilas).
  • ·Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e extremidades.
Deve-se ter sempre uma idéia bem clara do que se vai fazer, para
não expor desnecessariamente o acidentado, verificando se há ferimento
com o cuidado de não movimentá-lo excessivamente.
Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do
corpo.
Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no
corpo e incapacidade funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde
é a dor, pedir para movimentar as mãos, braços, etc.
Cabeça e Pescoço
Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do
acidentado, apalpar, com cuidado, o crânio a procura de fratura,
hemorragia ou depressão óssea.
Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o
pulso na artéria carótida, observando freqüência, ritmo e amplitude, correr
os dedos pela coluna cervical, desde a base do crânio até os ombros,
procurando alguma irregularidade. Solicitar que o acidentado movimente lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região. Movimentar lenta
e suavemente o pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em caso
de dor pare qualquer mobilização desnecessária.
Perguntar a natureza do acidente, sobre a sensibilidade e a capacidade
de movimentação dos membros visando confirmar suspeita de fratura na
coluna cervical.
Coluna Dorsal
Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal correr a
mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro. A presença de
dor pode indicar lesão da coluna dorsal.
Tórax e Membros
Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor
quando o tórax é levemente comprimido.
Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar
a existência de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e
procurar deformação, edema e marcas de injeções. Verificar se há dor no
abdome e procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno. Muitas vezes
um ferimento de bala é pequeno, não sangra e é profundo, com
conseqüências graves.
Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para verificar se
há lesões. Solicitar à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor
ou incapacidade funcional.
Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo
violento tente levantar-se prontamente, achando que nada sofreu. Ele
deve ser mantido imóvel, pelo menos para um rápido exame nas áreas que
sofreram alguma lesão. O acidentado deve ficar deitado de costas ou na
posição que mais conforto lhe ofereça.
Exame do acidentado Inconsciente
O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter
poucas informações sobre o seu estado podem surgir, complicações devido
à inconsciência.
O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores
desimpedidas fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral
para evitar aspiração de vômito. Limpar a cavidade bucal.
O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado
consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e capacidade funcional não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo
com respostas a estímulos dolorosos.
É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado
inconsciente a deverá ser mínima.
A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de
qualquer outra iniciativa. Ela pode salvar uma vida:
  • Falta de respiração;
  • Falta de circulação (pulso ausente);
  • Hemorragia abundante;
  • Perda dos sentidos (ausência de consciência);
  • Envenenamento.
Observações:
1.Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de oxigênio
para os pulmões. O oxigênio é distribuído para todas as células do corpo
através do sangue impulsionado pelo coração. Alguns órgãos sobrevivem
algum tempo sem oxigênio, outros são severamente afetados. As células
nervosas do cérebro podem morrer após 3 minutos sem oxigênio.
2.Por isso mesmo é muito importante que algumas alterações ou
alguns quadros clínicos, que podem levar a essas alterações, devem ter
prioridade quando se aborda um acidentado de vítima de mal súbito. São
elas:
  • ­ obstrução das vias aéreas superiores;
  • ­ parada cárdio-respiratória;
  • ­ hemorragia de grandes volumes;
  • ­ estado de choque (pressão arterial, etc);
  • ­ comas (perda da consciência);
  • ­ convulsões (agitações psicomotoras);
  • ­ envenenamento (intoxicações exógenas);
  • ­ diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos);
  • ­ infarto do miocárdio; e
  • ­ queimaduras em grandes áreas do corpo.
3.É importante ter sempre disponível os números dos telefones e os
endereços de hospitais e de centros de atendimento de emergência;;
socorro especializado para emergências cardíacas; plantão da Comissão
Nacional de Energia Nuclear; locais de aplicação de soros antiveneno de
cobra e de outros animais peçonhentos e centro de informações tóxicofarmacológicas.

Fonte:  Manual de Primeiros Socorros. Fundação Oswaldo Cruz, 2003.

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